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Cuidado com a faixa do ronco!

Atualizado: 21 de out. de 2022



Para avaliar o efeito terapêutico de uma intervenção é necessário a elaboração de um estudo científico denominado ensaio clínico randomizado, que apresenta nível I de evidência científica. Nesse modelo de estudo é selecionada uma população com determinada doença que será dividida em dois grupos: um que receberá a intervenção testada e o outro que não receberá intervenção ou receberá tratamento placebo. Os resultados obtidos são avaliados através de testes estatísticos, que nos demonstram a eficiência da intervenção proposta.


Com a promessa de eliminar o ronco e promover boa noite de sono, a faixa antirronco se tornou assunto nas redes sociais. Mas qual o valor científico deste tratamento? Realizamos uma análise dos dados apresentados pelo desenvolvedor do produto, disponível em:



Neste site há demonstração dos resultados obtidos por apenas 10 pacientes que utilizaram a faixa. Esses pacientes realizaram uma polissonografia e tiveram o diagnóstico de síndrome da apneia obstrutiva do sono e dois anos depois, repetiram o exame com o uso da faixa antirronco.

A média de eventos de ronco sem o uso da faixa foi de 1517/noite e a média de eventos de ronco com o uso da faixa foi de 1464/noite (p=0,93). Esses dados demonstram que não houve melhora do ronco com a faixa.


O estudo no qual se baseia a comercialização da faixa antirrono não tem qualquer evidência científica, pois não é possível chegar a uma conclusão válida com um número tão pequeno de pacientes avaliados. Além disso, não houve um grupo de pacientes para ser comparado (grupo controle) e a avaliação dois anos depois pode estar comparando um paciente muito diferente daquele de dois anos antes, principalmente pela variação de peso, tanto para mais quanto para menos.


Ressaltamos a importância do diagnóstico da apneia obstrutiva do sono feito através de avaliação médica e polissonografia. Usar a faixa antirronco pode mascarar ou agravar uma doença existente.

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